Rappi otimizou a relação de custo-benefício em 90% na Nuvem AWS devido ao FinOps

Antes da pandemia, o Rappi já registrava um crescimento significativo no número de usuários. No entanto, quando começaram os lockdowns, a demanda pelos serviços dobrou, e até triplicou em determinados momentos. A Rappi já tinha uma equipe que monitorava os serviços, mas não era o suficiente. Era necessária uma análise de custo-benefício quanto ao uso da tecnologia e das ferramentas da AWS para torná-las mais eficientes e oferecer suporte aos negócios. Dessa forma, o FinOps foi criado, representando toda uma disciplina e prática cultural para o gerenciamento financeiro na nuvem, e os benefícios foram significativos.

Em 2019, iniciou-se uma jornada para se ter maior certeza com relação à utilização e à aquisição de infraestruturas, com a finalidade de saber o que funcionou e quanto custou à empresa, bem como os benefícios reais que foram proporcionados. A princípio, a Rappi operara com um sistema de reserva, o que realmente não possibilitou que a empresa tivesse resiliência ou elasticidade em momentos críticos das operações diárias.

Em momentos de alta demanda, como explicam os gerentes de FinOps, Lucas Zungri e Pablo Barrozo, eles tiveram picos muito elevados que precisaram eliminar, pois o princípio fundamental do negócio é a rapidez nas entregas. Além disso, o número de usuários cresceu durante a pandemia.

Desse modo, a empresa buscou um sistema que possibilitasse a escalabilidade e a alta disponibilidade, e migrou suas operações para as instâncias spot do Amazon EC2. Atualmente, quase 70% da workload da Rappi usa instâncias spot.

As instâncias spot permitiram aproveitar a capacidade não utilizada do Amazon EC2 na Nuvem AWS. Em comparação com os preços sob demanda, as instâncias spot oferecem descontos de até 90%.

A empresa usou, especificamente, as instâncias spot do Amazon EC2 para elaborar um caso de otimização de custos, dada a necessidade do departamento financeiro de entender os benefícios de custos em ter ou rejeitar determinadas ferramentas tecnológicas. A Rappi sabia que precisava da tecnologia, mas também precisava ter certeza de que o que estava sendo usado era realmente o necessário e que não estava gastando desnecessária ou excessivamente. Foi preciso formar uma equipe com o objetivo de otimizar a infraestrutura e também fornecer visibilidade para que as demais equipes que compõem a empresa pudessem tomar as melhores decisões de negócios.

Então, como é possível garantir que a equipe entenda o investimento realizado em infraestrutura e que ele pode ser controlado e visível para se realizar a medição do referido custo/benefício? Emergiram duas premissas importantes: as decisões de aquisição de infraestrutura deveriam ser realizadas com base na eficiência, resiliência e rastreabilidade da tecnologia. Ter a arquitetura ideal para ser eficiente na nuvem não significava, necessariamente, ter a arquitetura mais ampla.

A segunda premissa era a medição e o monitoramento com o firme propósito de instruir todas as equipes sobre as ferramentas que a Rappi usa ou deveria usar. O monitoramento possibilitou a compreensão, por exemplo, de que havia tecnologias provisionadas de forma excessiva e que outras eram muito antigas. Ao alterar isso, a eficiência da plataforma aumentou e o custo da ferramenta tornou-se mais eficiente.

Dessa maneira, a infraestrutura anterior foi redimensionada e a elasticidade e capacidade de recuperação diante da demanda aumentaram, mesmo para os momentos com picos elevados durante o dia, pois nesse horário poderiam executar mais de 10 mil instâncias. A Rappi começou combinando o Amazon Elastic Kubernetes Service (Amazon EKS), o Amazon Elastic Container Service (Amazon ECS), o Amazon Athena, o AWS Lambda e o AWS Fargate para cada situação que surgisse e, assim, foi possível ser mais resiliente e escalável.

Para gerenciar os custos, a Rappi usa o Explorador de Custos da AWS, o Relatório de Custos e Uso da AWS e o Amazon QuickSight. Dessa forma, ela tem acesso a painéis e análises, adaptados à utilização pretendida, e recomendações para cada serviço de minuto em minuto. Além de detectar anomalias, o sistema é economicamente flexível.

“Uma das etapas mais importantes na concepção do FinOps consistiu na rastreabilidade e responsabilidade, pois tínhamos que informar às equipes o que precisavam e quanto custava, bem como sobre sua eficácia. Foi necessário realizar uma mudança cultural, na qual todos se responsabilizassem pelo uso e pelos custos da infraestrutura. Ou seja, alcançar uma melhor eficiência de custo para a nuvem”, explica Lucas Zungri.

Atualmente, a Rappi processa mais de 25 milhões de pedidos por mês (nos nove países em que está presente).

O FinOps, explicam os gerentes, serve como um guia para toda a empresa. Ele possibilita que as organizações obtenham o máximo valor de seus investimentos ao colaborar com as equipes de engenharia, finanças e negócios e usar dados sobre o impacto de custo de cada decisão tomada em relação ao uso de uma determinada infraestrutura ou ferramenta. Por causa desse desenvolvimento, atualmente, todas as equipes da empresa podem entender o uso e o custo da nuvem.

Além disso, a performance da tecnologia é monitorada em tempo real, assim como a detecção de eventuais falhas, para tornar os processos mais eficientes. Ter um monitoramento atualizado permite que decisões sejam tomadas a qualquer momento para otimizar os modelos (de acordo com o preço que a empresa pagará) e a utilização da infraestrutura, o que possibilita que a organização esteja totalmente alinhada. Os serviços da AWS garantem essa flexibilidade para a Rappi. Além disso, o uso de instâncias spot do Amazon EC2 conduz a uma otimização de custo significativa.

Com as instâncias reservadas (IR) do Amazon EC2 e os Savings Plans para o Amazon EC2, o Rappi já economizava mais de 40% em comparação com os custos sob demanda. Atualmente, ao usar instâncias spot, a empresa obteve uma economia adicional de, aproximadamente, 10%.

“Hoje, com as Units Economics, podemos conhecer a eficiência de custo que cada ferramenta da AWS nos oferece, e justificar seu uso. Todas as decisões sobre o que usamos, ou não usamos, são tomadas com base na rapidez, qualidade e eficiência que representam, e isso é algo que toda a organização já está fazendo”, esclarece Pablo Barrozo.

À medida que avançamos na questão das boas práticas dentro da empresa, e devido à implantação do FinOps, há uma tendência de migrar todos os serviços do Rappi para a AWS. A ideia é continuar buscando oportunidades de melhoria em todas as áreas, incluindo e priorizando o gerenciamento financeiro ideal da infraestrutura.

No futuro, esperamos que o uso da inteligência artificial ajude na detecção de comportamentos anômalos ou tendências de longo prazo, como um possível aumento de custos, ou mesmo ferramentas que automatizem a baixa utilização. O uso de instâncias spot do Amazon EC2 é uma estratégia de otimização de custos, e planejamos continuar a usá-las e aprimorá-las como parte de um processo contínuo.